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terça-feira, junho 26, 2012

O caminho espanhol


- Posse de bola insuperável, claro domínio nos remates, defesa quase impenetrável. É o que nos espera no encontro da meia-final. É o retrato da selecção espanhola nas fases finais, desde que iniciou a caminhada vitoriosa no Euro 2008: 28 golos marcados contra 6 sofridos, 287 remates efectuados contra 132 permitidos, em 17 jogos.

- São poucas as excepções a esta realidade: uma única derrota, contra a Suíça, no primeiro jogo para o Mundial 2010; apenas dois jogos com menos posse de bola (ambos durante o Euro 2008); uma única partida em que o adversário conseguiu fazer tantos remates como a Roja, contra o Chile.

- Só há aqui uma boa notícia para nós: o melhor marcador espanhol no período 2008-2010, David Villa, com 9 dos 20 golos marcados nesse período, não está cá e não tem substituto à altura (a má notícia é que marcam todos). Sim, porque com estes tipos raramente há boas notícias.

- Talvez, Ronaldo...

4x1 Rússia 17-10 46%
2x1 Suécia 13-7 63%
2x1 Grécia 17-9 56%
0x0 Itália 22-10 57%
3x0 Rússia 18-6 52%
1x0 Alemanha 12-3 48%
0x1 Suíça 24-8 63%
2x0 Honduras 22-9 56%
2x1 Chile 9-9 59%
1x0 Portugal 19-9 60%
1x0 Paraguai 16-9 60%
1x0 Alemanha 13-5 52%
1x0 Holanda 18-13 57%
1x1 Itália 18-10 60%
4x0 R. Irlanda 26-6 66%
1x0 Croácia 14-5 64%
2x0 França 9-4 55%

master kodro

domingo, outubro 11, 2009

Esqueçam a calculadora, preparem o champanhe

Portugal está neste momento no mesmo lugar em que, atrás da Polónia, se qualificou para o Euro 2008. Diferença: dificilmente vai ser preciso esperar pelo apito final da última jornada da qualificação para confirmar o segundo posto no grupo. Que foi o que obtivemos após empatar a zero, no Porto, frente à Finlândia.

Não, a França não é um adversário possível no play-off, se lá chegarmos. Os quatro prováveis são Ucrânia, Eslovénia, Bósnia e República da Irlanda.

Mera curiosidade: a Polónia ocupa a quinta posição no seu grupo, atrás da Irlanda do Norte.

kovacevic

quarta-feira, julho 02, 2008

Euro 2008: epílogo (II)

Pese embora algumas desilusões (Ronaldo, Luca Toni, Ribéry), este Europeu trouxe prestações formidáveis a nível individual. Nos últimos dias elaboraram-se várias listas dos “melhores” da competição. Alguns nomes repetem-se (Xavi, Iniesta, Casillas, Arshavin, Ballack, Senna), mas facilmente encontramos cinco ou seis dezenas de jogadores com exibições de encantar.

Os guarda-redes brilharam, de um modo geral. Destaque para Casillas, que revelou grande segurança pelo chão, pelo ar, entre os postes e fora da baliza. Buffon, Van der Sar e Akinfeev também merecem uma referência positiva. Na defesa, sobressaíram vários nomes. Sérgio Ramos, Bosingwa, Zhirkov e Pranjic mostraram como os laterais podem ser decisivos na manobra ofensiva das equipas, sem descurarem as tarefas defensivas. Pepe, Puyol, Chiellini e Kovac foram os imperadores no eixo da retaguarda.

No miolo reina a abundância. Senna e Engelaar destacaram-se pela solidez e consistência, Xavi e Iniesta pelas actuações cerebrais, Altintop e Semak pela raça, Deco e Sneijder pela magia, David Silva e Schweinsteiger pela irreverência, Ballack pelo carisma. Por último, vimos prestações entusiasmantes de vários avançados, em particular de Arshavin (talvez o mais imprevisível jogador deste Europeu), Villa, Torres, Podolski e dos pouco conhecidos Pavlyuchenko e Semih Sentürk.

Concordo pois com quase todas as referências que o Master Kodro mencionou anteriormente, mas o meu “onze preferido” é relativamente diferente. Ei-lo:

GR Casillas (ESP)
DD Sergio Ramos (ESP)
DC Pepe (POR)
DC Chiellini (ITA)
DE Zhirkov (RUS)
MD Altintop (TUR)
MC Senna (ESP)
MC Ballack (ALE)
ME Iniesta (ESP)
AV Villa (ESP)
AV Arshavin (RUS)
katanec

terça-feira, julho 01, 2008

Euro 2008: epílogo (I)

O campeonato europeu deste ano foi uma competição notável, muito superior ao torneio de 1996 e pelo menos ao nível de 2000 e 2004 (que foram já Europeus de grande qualidade). Várias equipas em bom plano – algumas pela regularidade, outras pela espectacularidade –, muitos jogos excelentes (o Holanda-Itália, o Holanda-França e o Rússia-Holanda vão ficar na memória), futebol dinâmico e ofensivo (apenas dois dos 31 jogos acabaram sem golos), esquemas tácticos (habitualmente) bem trabalhados, partidas emotivas, prolongamentos entusiasmantes (como aquele impossível Croácia-Turquia) e estádios cheios, numa atmosfera onde se sentia uma verdadeira paixão pelo futebol.

É certo que houve desilusões (França, Itália e Grécia, sobretudo), mas também apareceram surpresas (Rússia, Turquia, em parte a Croácia) para apimentar o torneio. Ganhou a melhor equipa – com um conjunto formidável de jogadores. Aragonés soube combinar o talento inato de uma selecção fortíssima com um pragmatismo e uma consistência tantas vezes ausentes no passado. Acima de tudo, a Espanha soube crescer durante e com o campeonato.

O início foi algo titubeante, com exibições medianas; todavia, as duas vitórias sofridas contra Suécia e Grécia revelaram um grande espírito combativo (ambas foram obtidas nos últimos minutos), e a eliminação dos campeões do mundo na lotaria dos penalties (esconjurando fantasmas antigos) conferiu um reforço psicológico fundamental para enfrentar os dois jogos decisivos. E aí, a Espanha aliou à sua qualidade natural uma extraordinária confiança e audácia, arrasando a concorrência e garantindo um lugar na história por mérito próprio.

katanec

segunda-feira, junho 30, 2008

Onze do Europeu (1)

Na baliza também podia estar Van der Sar. Buffon perdeu o comboio quando frangou e foi salvo pelo poste, contra os espanhóis. Não vi nenhum lateral direito com as mesmas armas de Sérgio Ramos. Na esquerda houve muita qualidade. Para mim houve Pranjic e Zhirkov, que avançou para a minha ala, porque foi lá que se fez indispensável na história do Europeu. Para Pepe, a mesma receita que para Ramos: alguém viu algum central fazer de 10 dinâmico, como Pepe? Kovac foi rei nas bolas altas na boa prestação defensiva croata. Altintop, que passou pela lateral direita, fez todo um Europeu fantástico, especialmente nos dois jogos a eliminar. É um símbolo da alma turca. Sneijder fez duas das melhores exibições do Europeu, na fase de grupos, tal como Arshavin depois do castigo e, só por isso, pela magia que conseguiram apresentar e repetir, merecem o lugar. Iniesta esteve muito bem durante todo o torneio, talvez tenha sido o melhor espanhol. Podolski marcou, assistiu, correu, lutou, quer no centro quer na esquerda e teria sido o melhor marcador se o tivessem deixado sempre ser o striker de serviço.

GR Casillas
DD Sérgio Ramos
DE Pranjic
DC Pepe
DC Robert Kovac
MC Altintop
MC Sneijder
MD Iniesta
ME Zhirkov
AV Arshavin
AV Podolski

master kodro

Jogo # 31: Alemanha 0 x 1 Espanha

1. Tirando uma entrada forte que não durou mais de um quarto de hora e um curto período de revolta na segunda parte, os espanhóis dominaram sempre o jogo, com base num meio-campo fantástico que parece actuar junto desde sempre. Casillas desfez o jogo aéreo alemão que ameaçou a baliza espanhola.

2. A selecção de Espanha mereceu este troféu. Não teve momentos tão brilhantes como aqueles que holandeses e russos nos proporcionaram, mas foi a selecção que conseguiu manter o seu nível elevado durante todo o torneio.

3. Novamente sem comentar os lances, houve três decisões relativas a lances de golo iminente e foram todas decididas para o mesmo lado. Nem a Alemanha, pelo menos esta, sobrevive a isto.

4. Pode ser-se teimoso, casmurro e tomar decisões que vão contra a opinião de toda a gente do mundo, mas têm que se conquistar títulos a seguir. De outra forma, é mesmo só ser-se teimoso e casmurro.

master kodro

quinta-feira, junho 26, 2008

Jogo # 30: Espanha 3 x Rússia 0

À consistência e pragmatismo demonstrados até aqui, a Espanha juntou hoje uma prestação notável, atingindo um nível exibicional digno dos grandes campeões. Poupando os jogadores aos últimos êxitos da família Iglésias, Aragonés montou uma estratégia acertadíssima: derivou David Silva para a ala direita (limitando os movimentos de Zhirkov); incumbiu Senna (e por vezes Sérgio Ramos) de vigiar o mágico Arshavin e, uma vez privado de Villa, lançou Fabregas de forma a controlar o meio-campo – zona onde até aí os russos beneficiavam de superioridade numérica.

Equilibrando o jogo no miolo – e com os criativos russos anulados – a Espanha tinha agora tudo para fazer o que melhor sabe: boa circulação de bola, num jogo mastigado, mas sempre à procura de desmarcações rápidas ou de lançamentos que rompiam a defesa adversária. Junte-se a isto a grande mobilidade dos médios (que facilmente aparecem em zonas de finalização) e o desacerto defensivo russo (Anyukov voltou a ser um horror) e fica explicado o porquê do autêntico baile espanhol.

Tacticamente superior, a Espanha mostrou também ter argumentos individuais do melhor quilate: David Silva foi útil a anular Zhirkov, mas conseguiu libertar-se para desequilibrar nas acções ofensivas; Fabregas inventou duas magníficas assistências e jogou que se fartou; Iniesta e Xavi produziram exibições quase perfeitas; Senna foi um fantástico pêndulo defensivo; Puyol meteu Pavlyuchenko no bolso e Sérgio Ramos esteve ao seu melhor nível.

Os russos acabaram o Europeu como começaram: mal defensivamente, com um meio-campo parco de ideias e um ataque quase sempre inofensivo. Acresce a esta desinspiração geral uma péssima condição física, que muito contrastou com a frescura demonstrada contra a Suécia e a Holanda. Entre o duplo desaire frente aos espanhóis, os russos mostraram contudo do melhor que se viu neste Europeu. Ficamos certamente com boas recordações, mas desiludidos pela fraca prestação desta noite.

katanec

quarta-feira, junho 25, 2008

Jogo #29: Alemanha 3 x 2 Turquia

Os turcos entraram em campo como os alemães receberam os portugueses, na partida dos quartos. Mas fizeram mais, embora não fossem tão eficazes na hora de atirar à baliza. Foram superiores a jogar à linha, dominaram o centro do terreno, em ataque organizado ou em contra-ataque, alugaram o relvado e, no seu terreno, divertiram-se até vencer Lehmann e a defesa alemã pelo cansaço. Um contra-ataque fulminante construído por Podolski na esquerda deu a Schweinsteiger o golo do empate. Tau. Um remate enquadrado com a baliza contra oito dos turcos ao intervalo.

Segunda parte mais equilibrada com a Alemanha, finalmente, a querer dominar a partida, mas mal muito mal. Sentiu enormes dificuldades para conseguir desequilíbrios, com Ballack sempre longe da bola e os seus companheiros do centro sem capacidade para o substituir. Os alemães só conseguiam algo parecido com perigo de cada vez que Podolski ou Schweinsteiger aceleraram nas alas. Os turcos estavam confortáveis neste jogo lento e com espaços para o contra-ataque, quando... Tau. Centro da esquerda, Rustu aparvalha, Klose marca.

Os turcos não desistiram e marcaram a 5 minutos do fim (outra vez Senturk, incrível). Lahm, depois de uma lamentável exibição defensiva, com erros atrás de erros, saca de uma das suas arrancadas (esteve óptimo a atacar) e, depois de tabelar com um companheiro, entra na área adversária isolado para garantir um lugar na final. Claro que toda a gente achou que o livre para os turcos, aos 93 minutos, ia ser golo, mas a fortuna do jogo, hoje, esgotara-se para o lado alemão.

Mais uma exibição de luxo de Altintop.

master kodro

segunda-feira, junho 23, 2008

Jogo # 28: Espanha 0 (4) x (2) 0 Itália

Da primeira parte, há muito pouco a dizer. Aliás, de todo jogo, o que se conclui é que o medo de perder, que se viu dos dois lados, comandou as operações. Há para ali muitas razões de preocupação. Quando Senna corria com a bola nos pés, parecia rapidíssimo, e isso define o desenho original do meio-campo transalpino. Quando Camoranesi e Di Natale entraram, começou a tremer a defesa espanhola... Os grandes momentos aconteceram com uma defesa de Casillas com a perna e com um quase-frango de Buffon, que o poste salvou. E acabou tudo nos penalties.

master kodro

sábado, junho 21, 2008

Jogo # 27: Rússia 1 x Holanda 1 (3-1 a.p.)

Num Europeu de grande nível, a Rússia produziu uma exibição soberba. É bom saber que ainda há treinadores que estudam as equipas adversárias, e Hiddink fê-lo com mestria. Semshov e Semak vigiaram de perto os criativos holandeses, bloqueando as acções atacantes laranjas; sabendo da falta de qualidade técnica dos médios defensivos holandeses (e também dos centrais) a Rússia apostou na pressão alta, criando enormes dificuldades ao primeiro momento de construção holandês; e por fim, Hiddink deu total liberdade ao duo da frente (Pavlyuchenko e Arshavin), baralhando as marcações e gerando espaços para o aparecimento dos médios e do incansável Zhirkov.

Demonstrando uma invejável condição física, a Rússia praticou um futebol maravilhoso, repleto de movimentações imprevisíveis, rápidos desdobramentos ofensivos, e uma gama de recursos atacantes que poucos apresentam numa só partida: notáveis diagonais; passes de ruptura; excepcionais desmarcações; jogadas à linha; cruzamentos ao primeiro poste, ao segundo poste, para a cabeça da área; remates de longa distância; tabelas excelentes; venenosos contra-ataques e movimentos colectivos precisos como um relógio suíço.

Como se não bastasse esta qualidade colectiva, a Rússia revelou ainda possuir um trio absolutamente demolidor. Zhirkov fez todo o corredor esquerdo com o mesmo rigor e a mesma acutilância durante os 120 minutos. Pavlyuchenko revelou-se um avançado completo (óptima capacidade física aliada a uma excelente técnica), combinando muito bem com os médios, descaindo sobre as alas (o que criou brechas na defesa holandesa) e marcando ainda um golo com mais uma execução perfeita. E, por fim, Arshavin, um talento prodigioso, forte candidato a melhor jogador deste Europeu e à mais cara transferência deste defeso. Jogando sempre a grande velocidade, deu um verdadeiro espectáculo de dribles, arrancadas imparáveis, passes teleguiados e belíssimas acções individuais.

Com tanta Rússia, pouco fica para dizer da Holanda. Pareceu demasiado dependente do quarteto da frente, preso de movimentos e francamente desinspirado. Engelaar prometera contra a Itália, mas hoje revelou grandes debilidades (em particular na fase de construção atacante). A Holanda forçou o prolongamento tirando partido de uma grave fragilidade russa – os lances de bola parada. Como outros já deviam ter percebido, o mais importante nestes lances não é ter jogadores altos, mas sim exercer um posicionamento correcto. Os russos falharam clamorosamente neste aspecto e os holandeses, quase sempre libertos, criaram dificuldades pelo ar. Contudo, esperava-se muito mais de uma equipa que praticou um futebol notável na fase de grupos.

P.S.: E que tal Hiddink para a selecção portuguesa? Ah, esqueçam... Não fala português, não faz rezas no balneário, nem aprecia Roberto Leal, por isso está fora de questão.

katanec

sexta-feira, junho 20, 2008

Jogo # 26: Turquia 1 (3) x (1) 1 Croácia após g.p.

Aos 29 minutos do prolongamento, Rustu sai da baliza, sem nexo, e deixa-a ao abandono enquanto um adversário cruza para o golo. Quinze minutos depois está a defender o penalty que coloca a Turquia nas meias-finais. Modric, o homem que, aos 29 minutos do prolongamento, acreditou que chegava primeiro à bola que Rustu, e que deu o golo a Klasnic, dez minutos depois atirava ao lado o primeiro penalty da série croata. Lindo, não é?

Mas foi injusto. A primeira meia-hora foi toda croata. Com Modric a distribuir a uma cadência agradável e com Pranjic e Rakitic a imperar na faixa esquerda do ataque croata, só faltou que Olic fosse qualquer mais do que esforçado. Depois da meia-hora, acabou o gás croata. Modric apareceu com maior raridade, mas ainda foram dele alguns dos momentos mais importantes. A Olic assentou o papel de bobo da corte, já depois da bola na trave rematada na pequena área, um contra-ataque em 3 x 2 conduzido pelo avançado acabou com uma perda de bola enquanto simulava à Cristiano Ronaldo, a uma velocidade ridícula.

Dos turcos viu-se pouco, para além da luta, do querer, da alma extraordinária. Excepto no prolongamento, em que foram superiores. É caso para perguntar a quem defende que um dos maiores trunfos de Scolari é o de motivar jogadores (com Avé Marias, bilhetes debaixo da porta, Roberto Leal e Tony Carreira), o que acham de Terim? Altintop foi um gigante a defender e a atacar, Senturk foi o herói por marcar aos 121 minutos, Tuncay foi incansável em todos os milímetros do campo, Rustu foi tudo e mais alguma coisa, de bom e mau, do princípio ao fim.

ps - Depois de começar o jogo com um grande elogio a Bilic, Diamantino teve o seu momento dourado quando se referiu a Mehmet Topal, o trinco turco, como um jogador de pouca qualidade, no exacto momento em que este recuperava uma bola, driblava um adversário e entregava no companheiro. Cinco minutos depois, fez um dos melhores remates da partida, uma 'jarda cruzada que assustou Pletikosa. O trinco.

quinta-feira, junho 19, 2008

Jogo # 25: Portugal 2 x 3 Alemanha

Entrámos em ritmo baixo, a ver o que o jogo dava, e enquanto isso os alemães passaram-nos a ferro. Depois de levarmos o primeiro, eles continuaram como se nada houvesse. E levámos o segundo, cortesia das famosas insuficiências nas bolas paradas defensivas. O espírito de conquista, a agressividade, a mentalidade - enfim, a Alemanha - tornaram real o que se pensaria impossível.

A partir daí veio o que já se sabia: esta selecção portuguesa podia ganhar a esta selecção germânica. Ia a história rumo a um bom remate quando Portugal resolve ser enganado com o mesmo truque do segundo golo (e Ricardo comete o erro que toda a gente esperava que cometesse). 1-3. O fim a meia hora do fim.

Não é por esta derrota que Portugal deixa de ser o que é: uma equipa de grandes talentos, dos melhores na actualidade europeia, com tudo para ganhar o torneio. Uma equipa que não merece que Scolari diga, na sua última flash interview, que devíamos ter feito o que as outras selecções fazem.

kovacevic

Jogo # 24: Espanha 2 x 1 Grécia

Um dos momentos mais hilariantes da primeira parte ocorreu quando os espanhóis conseguiram, pela primeira vez, encontrar espaço para desenhar um contra-ataque. Karagounis, em pânico porque só havia quatro gregos em posição defensiva - normalmente são onze -, fez uma falta perigosa, para amarelo. A Grécia conseguiu chegar ao golo, depois de mais de 10 simulações de falta, na sequência de um livre, com assistência de Karagounis para Charisteas, que marcou sem oposição. Os espanhóis passaram 45 minutos a trocar a bola sem saber o que lhe fazer, tiros de Xabi Alonso à parte.

A segunda parte foi um desfilar de oportunidades dos espanhóis, espicaçados pela entrada do eléctrico Santi Cazorla. E algumas do contra-ataque dos gregos. Perto do fim, Guiza completou a reviravolta. Os gregos acabaram a partida a perder e a defender, mesmo depois de sofrer 0 2 x 1, a sua imagem de marca.

master kodro

Jogo # 23: Rússia 2 x Suécia 0

A participação sueca no Europeu equivaleu a uma curva descendente. Exibição sólida e triunfo tranquilo contra a Grécia. Boa primeira parte contra a Espanha, seguida de 45 minutos pobres e uma derrota tangencial. E para terminar, um jogo miserável contra a Rússia, em que a sua defesa foi débil e o ataque incipiente.

Várias razões explicam esta prestação decepcionante: os laterais Stoor e Nilsson atacam bem mas defendem mal; Ibrahimovic surgiu em deficiente condição física (e ainda assim obteve dois belos golos); a opção por um 4-4-2 muito rígido produziu péssimos resultados contra adversários dinâmicos; Källstrom no banco; a ausência de Wilhelmsson (não jogou contra Espanha e Rússia por lesão), talvez o único jogador que dava profundidade aos movimentos atacantes.

Ao invés, os russos estão em ascensão. A permissividade defensiva revelada contra a Espanha foi corrigida e o meio-campo ganhou muitíssimo com a inclusão de Arshavin (exibição fantástica), adquirindo agilidade, fluidez e criatividade. Vejam-se os dois golos de hoje: excelentes trocas de bola, quase sempre ao primeiro toque, envolvendo vários jogadores, em dois belíssimos movimentos colectivos. O experiente Semak confere consistência ao miolo, Zhirkov estende a equipa com notáveis acelerações pela ala esquerda e Pavlyuchenko, mesmo sendo algo perdulário, é um belo ponta-de-lança (aquela finalização não é para todos).

Depois de levar a Coreia do Sul ao 4º lugar em 2002, a Austrália aos oitavos-de-final em 2006, Hiddink operou mais um milagre, apurando a Rússia para a segunda fase de uma grande competição – o que sucede pela primeira vez na sua história. E a Holanda que se cuide: a julgar pela exibição desta noite, os russos podem surpreender.

katanec

quarta-feira, junho 18, 2008

Jogo # 22: França 0 x 2 Itália

Quem diria que os finalistas do último Mundial, há dois anos, se encontrariam, no último jogo da fase de grupos, para decidir qual dos dois se apurava para os quartos-de-final, isto se a Holanda e a Roménia cooperassem? Eu não, de certeza. Neste jogo decisivo para as duas selecções, cedo se percebeu ao que vinham os dois conjuntos: aos dois minutos de jogo, Ribery já havia rematado à baliza adversária e os franceses já somavam dois cantos; ao terceiro minuto, um pontapé para a frente da defesa italiana "forçou" Abidal a uma asneira monumental que isolou Toni, que desperdiçou. Ao sétimo minuto, Ribery no estaleiro. Pouco depois do vigésimo, penalty e expulsão de Abidal, novamente nas costas de Toni.

Os franceses ficaram, compreensivelmente, abalados e seguiu-se o melhor período italiano na partida. Mas no princípio da segunda parte voltou a apatia italiana (aquilo a que normalmente chamamos de cinismo, mas, desta vez, parece mesmo apatia) e os franceses quase chegaram ao golo, com Benzema em destaque. Fazendo pouco por isso, os italianos marcaram graças a um livre desviado na barreira. A partir daqui, sim, a coisa ficou decidida.

Domenech pode queixar-se da sorte. Pode. Não só neste jogo como na partida contra a Holanda. Mas não se pode queixar de não ter quem marque golos, porque foi ele que deixou Trezeguet fora da convocatória. Não se pode queixar de ter tirado Benzema antes do fim do jogo com a Roménia e de não o ter utilizado contra a Holanda. Não se pode queixar de ter dado mais tempoa Gomis do que a Anelka, antes desta "final". Não se pode queixar de não ter centrais e de ter sido obrigado a usar Abidal a central, numa partida decisiva, porque foi ele que convocou Boumsong e Squillaci. Não se pode queixar da 'Holanda permissiva', porque a 'Holanda permissiva' ganhou à Roménia, mesmo com os suplentes. Pode queixar-se de muita coisa, mas tem que começar por si mesmo.

ps - Diamantino em grande, novamente. Não se lembra de Panucci ser tão bom nas bolas paradas ofensivas no Milan, pelo que só podia ser uma vocação recente... Mas bateu recordes com a opinião de que a Itália só tinha dois ou três jogadores muito bons tecnicamente. Não sei se Locatoni será um deles.

master kodro

Jogo # 21: Holanda 2 x Roménia 0

Tal como Scolari e Bilic, Van Basten fez descansar a maioria dos titulares, mantendo apenas Boulahrouz e Engelaar no onze inicial. Todavia, em Berna o domínio foi holandês, assente nas lentas mas seguras trocas de bola a meio-campo, e nas acelerações de Robben, Van Persie (melhor em campo) e Affelay (uma grande promessa). Se juntarmos a esta poderosa combinação a segurança defensiva (Heitinga é um óptimo central e deveria ser titular, a meu ver) e um acutilante Huntelaar o resultado inevitável é uma vitória tranquila. 61% de posse de bola, 14 remates e uma dezena de ocasiões flagrantes. Não foi um massacre, mas quase.

Em todo o caso, Piturca está de parabéns, pois espremeu ao máximo esta Roménia. Venceu a fase de qualificação (à frente da Eslovénia, Bulgária e... Holanda) e impôs empates à Itália e França num grupo absolutamente terrível. Mas hoje, contra as reservas holandesas, as debilidades romenas foram por demais evidentes. O guarda-redes Lobont é excelente e a defesa é boa (Contra e Chivu em destaque, mais uma vez), mas daí em diante encontramos um deserto (a que não falta o oásis Mutu). O meio-campo não pressiona, acompanha mal os laterais (Boulahrouz até parecia um grande jogador) e quando tem a bola controlada entra em apoplexia, tal é a incapacidade de planear um ataque. A Roménia sai de cabeça erguida deste Europeu, mas não merecia seguir em frente.

katanec

terça-feira, junho 17, 2008

Jogo #20 Croácia 1 x 0 Polónia

Contra a equipa secundária da Croácia, embora com nomes de respeito como os de Simic ou Klasnic, Beenhakker resolveu deixar Smolarek de fora do onze, repescando-o apenas depois do golo sofrido. Opções. Os croatas acabaram por ganhar uma partida com 30 remates. Slaven Bilic é capaz de ser bom treinador, embora ainda não tenha orientado o Desportivo de Beja.

master kodro

Jogo #19: Áustria 0 x 1 Alemanha

Mais um jogo em que os alemães não convenceram, desta vez contra aquela que era a selecção com menos cartel da prova. Mas o que falta aos austríacos em jeito, sobra em energia e em tenacidade e foi assim, correndo e lutando, que os da casa conseguiram assustar os alemães, principalmente no fim da primeira parte. Depois do golo de Ballack, toda a gente percebeu - mas só então - quem passaria à fase seguinte, mas ninguém parou de tentar marcar golos, de um lado e do outro.

Os alemães já não assustam. É certo que têm um grande Ballack, felizmente remetido a uma dupla função que o retira de zonas de remate, têm um Lahm que, quando se lembra, corre como um louco até à baliza adversária se não o pararem, tem um potente e explosivo Podolski e um Klose, que ainda não marcou (é má forma ou está a poupar-se?). É certo que nos são superiores fisicamente, em envergadura, pelo menos, mas... falta-lhes qualquer coisa. Vão ganhar com a mais que esperada saída do inútil Gomez e consequente avanço de Podolski (esta troca vai trazer equilíbrio defensivo), mas não vai chegar.

Vamos provar, nos quartos-de-final, que expirou a validade do corolário de Lineker, depois de os croatas terem aberto as hostilidades.

master kodro

segunda-feira, junho 16, 2008

Jogo #18: Turquia 3 x 2 Rep. Checa

Por razões óbvias, não assistimos à partida, apenas vimos os últimos dez minutos a meias com o jogo (decidido) de Portugal. Turquia a carregar, principalmente pelo flanco direito, com o resultado em 1 x 2. Primeiro a asneira de Cech, depois a mestria de Nihat, que estava no sítio certo no erro do guardião do Chelsea. Tuncay acabou na baliza depois do teatro de Koller após empurrão de Demirel. Grande alma dos turcos. Como deve ter sabido bem aquela festa.

master kodro

domingo, junho 15, 2008

Jogo # 17: Portugal 0 x Suíça 2

Nada de muito surpreendente nesta noite: Scolari rodou a equipa, a Suíça esmerou-se para concluir o “seu” Europeu com uma vitória (ganhou merecidamente) e Portugal, com um onze sem rotinas, acabou por jogar pouco e mal. Na primeira parte observaram-se algumas movimentações interessantes, que fizeram adivinhar um golo português. Mas com um tridente no miolo (Meira-Veloso-Meireles) destinado a processos defensivos e os laterais demasiado presos, Portugal raramente conseguiu produzir acções ofensivas coordenadas, especialmente na segunda parte. Se juntarmos a isto a passividade do quarteto defensivo e uma certa resignação lusa fica explicada a derrota por 2-0.

Nani, Postiga e Meireles tiveram actuações agradáveis, confirmando que podem ser opções credíveis caso sejam chamados nos jogos “a sério”. Miguel, Veloso e Quaresma, ao invés, desiludiram. Meira foi um horror: como trinco é uma nulidade; como central, já teve melhores dias. Preocupam-me igualmente as intervenções de Ricardo fora dos postes, quase sempre desastradas.

Discutir-se-á agora se Scolari devia ter sido mais prudente e manter a espinha dorsal da equipa. Considero este argumento errado e até um pouco hipócrita. Claro que se esperava mais deste onze; e claro que podíamos ter evitado a derrota contra uma selecção mediana. Mas, com o apuramento e o primeiro lugar garantido, só um louco faria alinhar os principais jogadores, correndo o risco de os perder para os quartos-de-final (por lesão ou castigo). Já para não falar da questão física – determinante numa competição tão condensada e sujeita a esforços adicionais (prolongamentos, por exemplo). Tomara Joachim Löw poder fazer descansar amanhã o seu onze principal.

Portugal de zero a dez: Ricardo (5), Miguel (4,5), Pepe (6,5), B. Alves (6), P. Ferreira (4); Meira (3), Veloso (4,5), Meireles (6,5); Quaresma (4,5), Nani (7), Postiga (6). Suplentes: J. Ribeiro (5), Moutinho (4), Almeida (4).

P.S. A julgar pelas declarações de jogadores e técnicos, parece que há uma justificação oficial para a derrota: a arbitragem. Também aqui, pura hipocrisia. O árbitro foi um pouco tendencioso? Foi. Apitou demais? Sim. Mas sejamos justos: o lance de Postiga é dificílimo de avaliar, e quando remata para "golo" o jogo estava parado. O penalty sobre Nani também não é óbvio. A falta de Meira é evidente - e até podia ter sido expulso (já tinha amarelo). E Paulo Ferreira devia ter visto o vermelho por uma entrada violenta. Perdemos por causa do árbitro? Por amor de Deus... Para cereja no topo do bolo, só mesmo as declarações de Scolari, referindo-se à nacionalidade do árbitro, sugerindo que estavam em causa interesses austríacos para os quartos-de-final. Como disse o MK noutra ocasião: Scolari, sempre digno. Até (quase) no adeus.

katanec